
Educação antirracista como forma de superar preconceitos, contribuindo para a valorização da cultura e da identidade afro-brasileira.
10/09/2021
O Brasil constituiu, ao longo dos anos, uma autoimagem de país tolerante e harmônico, em que a miscigenação e a integração racial teriam se verificado de forma equânime e inequívoca. Segundo essa autoimagem, se algum dia se verificou qualquer traço de desigualdade na sociedade brasileira, essa seria estritamente social e econômica e não estaria relacionada a fatores raciais. Ainda que uma tal constatação de isonomia contasse com dados da realidade, seria necessário indicar a existência e a execução de políticas de justiça social e de reparação histórica.
Infelizmente, até que isso de fato se verifique, resta um longo caminho a ser percorrido a fim de se organizar uma sociedade verdadeiramente multirracial e antirracista. Apesar disso, é preciso destacar que um primeiro passo de conscientização e de mudança de mentalidade está ao alcance da escola, das educadoras, dos educadores e dos educandos na formação “Escola para todos: promovendo uma educação antirracista”, que o Projeto Escolas Conectadas (EC) oferece em seu catálogo de cursos, e, também, no e-book sobre a mesma temática que será lançado este mês. O projeto EC acredita e preconiza que a escola e os profissionais da educação têm papel fundamental na desconstrução de preconceitos e do racismo em nossa sociedade.
Adicionalmente, nesse curso, parte-se do pressuposto metodológico basilar de que o ambiente escolar apresenta-se como uma ambiência racial para a construção de identidades raciais, com base na promoção da diversidade, da representatividade, do pertencimento e da valorização cultural e estética dos sujeitos na busca pela correção das desigualdades educacionais e sociais no país. A fim de garantir a implementação da Lei 10.639 de 2003, que trata da educação e das relações étnico-raciais e da obrigatoriedade do ensino da História e da Cultura Afro-Brasileira e Africana, o curso pretende aproximar as professoras e os professores de novas abordagens que aproveitem o espaço escolar como um ambiente de representatividade, em que é possível lançar mão de práticas transformadoras e antirracistas que priorizam o respeito às diferenças e o combate à discriminação. Assim, por meio dos conteúdos ministrados no curso e da elaboração de planos de aula, as professoras e os professores da Educação Infantil, do Ensino Fundamental e do Ensino Médio são estimulados a elaborar, propor e incorporar aquelas práticas de acordo com suas realidades de ensino e aprendizagem.
Veja um exemplo de excerto de plano de aula, produzido pela profa. Norma Rodrigues, o qual compôs o e-book:
“Com base na realidade local dos alunos e na grande necessidade de discutir as origens da sociedade amapaense, optei por ensinar a história do Amapá e, para esta aula, o tema escolhido foi a Festa de São Tiago, no município de Mazagão, pois a comunidade de Mazagão Velho é negra e conhecer suas origens e tradições é muito importante para a construção de uma educação antirracista na minha escola.”
Norma Alini dos Santos Rodrigues, professora, cursista do “Escola para todos: promovendo uma educação antirracista”, do Projeto Escolas Conectadas.
Todos esses conteúdos e debates serão abordados no próximo encontro da série Conversas que Aproximam 2021, que ocorrerá no dia 20 de setembro às 18h e contará com a participação da renomada escritora, ficcionista e ensaísta Conceição Evaristo. Também estarão presentes as professoras doutoras Carolina Chagas Schneider e Fernanda Chagas Schneider, autoras do curso “Escola para todos: promovendo uma educação antirracista” e da publicação homônima, que inclui planos de aula comentados. O evento será mediado por Lia Glaz, gerente da área de educação da Fundação Telefônica Vivo.
Infelizmente, até que isso de fato se verifique, resta um longo caminho a ser percorrido a fim de se organizar uma sociedade verdadeiramente multirracial e antirracista. Apesar disso, é preciso destacar que um primeiro passo de conscientização e de mudança de mentalidade está ao alcance da escola, das educadoras, dos educadores e dos educandos na formação “Escola para todos: promovendo uma educação antirracista”, que o Projeto Escolas Conectadas (EC) oferece em seu catálogo de cursos, e, também, no e-book sobre a mesma temática que será lançado este mês. O projeto EC acredita e preconiza que a escola e os profissionais da educação têm papel fundamental na desconstrução de preconceitos e do racismo em nossa sociedade.
Adicionalmente, nesse curso, parte-se do pressuposto metodológico basilar de que o ambiente escolar apresenta-se como uma ambiência racial para a construção de identidades raciais, com base na promoção da diversidade, da representatividade, do pertencimento e da valorização cultural e estética dos sujeitos na busca pela correção das desigualdades educacionais e sociais no país. A fim de garantir a implementação da Lei 10.639 de 2003, que trata da educação e das relações étnico-raciais e da obrigatoriedade do ensino da História e da Cultura Afro-Brasileira e Africana, o curso pretende aproximar as professoras e os professores de novas abordagens que aproveitem o espaço escolar como um ambiente de representatividade, em que é possível lançar mão de práticas transformadoras e antirracistas que priorizam o respeito às diferenças e o combate à discriminação. Assim, por meio dos conteúdos ministrados no curso e da elaboração de planos de aula, as professoras e os professores da Educação Infantil, do Ensino Fundamental e do Ensino Médio são estimulados a elaborar, propor e incorporar aquelas práticas de acordo com suas realidades de ensino e aprendizagem.
Veja um exemplo de excerto de plano de aula, produzido pela profa. Norma Rodrigues, o qual compôs o e-book:
“Com base na realidade local dos alunos e na grande necessidade de discutir as origens da sociedade amapaense, optei por ensinar a história do Amapá e, para esta aula, o tema escolhido foi a Festa de São Tiago, no município de Mazagão, pois a comunidade de Mazagão Velho é negra e conhecer suas origens e tradições é muito importante para a construção de uma educação antirracista na minha escola.”
Norma Alini dos Santos Rodrigues, professora, cursista do “Escola para todos: promovendo uma educação antirracista”, do Projeto Escolas Conectadas.
Todos esses conteúdos e debates serão abordados no próximo encontro da série Conversas que Aproximam 2021, que ocorrerá no dia 20 de setembro às 18h e contará com a participação da renomada escritora, ficcionista e ensaísta Conceição Evaristo. Também estarão presentes as professoras doutoras Carolina Chagas Schneider e Fernanda Chagas Schneider, autoras do curso “Escola para todos: promovendo uma educação antirracista” e da publicação homônima, que inclui planos de aula comentados. O evento será mediado por Lia Glaz, gerente da área de educação da Fundação Telefônica Vivo.
ESSE CONTEÚDO FOI INSPIRADOR?
Comentários - 15
10/09/21 23:30
Esclarecer a origem do Racismo é dar a chance de as crianças compreenderem o significado do que elas falam, e faz parte do processo educativo, pois é a partir do reconhecimento de cada criança sobre o peso que a sua fala e seu comportamento tem, que haverá a reflexão sobre o impacto de suas ações. O professor tem um papel fundamental na formação de cada um dos alunos, pois sua profissão tem caráter social, ele é um referencial para a formação das crianças que precisam aprender através de bons exemplos, da transmissão de informações confiáveis, para que a criança tenha consciência da origem dos problemas sociais, e partir dessa nova consciência, construa seus ideais e os transformem em ação. Ao presenciar um ato de preconceito a criança se lembrará de tudo o que aprendeu com o seu professor, refletirá sobre o que está presenciando, não irá reproduzir o preconceito e pensará que, para ajudar a mudar o mundo, é preciso seguir a sua consciência, que dirá que não deve fazer algo que machuque o outro, que todos possuem o mesmo valor e o direito de reverenciar as suas origens e apreciar as suas diferenças. Como manifestado por Luiz Gama, um dos maiores abolicionistas brasileiros: “Em nós, até a cor é um defeito. Um imperdoável mal de nascença, o estigma de um crime. Mas nossos críticos se esquecem que essa cor, é a origem da riqueza de milhares de ladrões que nos insultam; que essa cor convencional da escravidão tão semelhante à da terra, abriga sob sua superfície escura, vulcões, onde arde o fogo sagrado da liberdade”.
20/09/21 11:37
Gostei das informações, pois, até então não tinha visto ou observado sinais de racismo no ambiente em que vivo. Talvez porque somos iguais na cor e nas condições econômicas e por ser uma comunidade baseada em reciprocidade. Depois da leitura vi que realmente existe alguns apelidos, brincadeiras e piadas relacionado. Uma ação banal que nem mesmo os negros verem como racismo. Daí percebemos uma ação racista camuflada. Que precisamos trabalhar em nossa escola.
20/09/21 14:26
MUITO BOM ESSE CONTEUDO EM UM MOMENTO QUE NOTAMOS QUE NO PAIS AINDA É PRECISO OLHAR DE OUTRA FORMA A QUESTÃO DOS PRECONCEITOS RACIAIS POR TODA PARTE
20/09/21 18:34
O tema é muito relevante, pois ainda temos muito que aprender a ter outro olhar sobre a questão isto se chama respeito à todos, respeitando a cor, a religião entre outros.
21/09/21 17:33
Saber lidar e respeitar as diferenças é algo fundamental e necessário para construirmos uma sociedade justa e com igualdade de oportunidades para todos e todas.
21/09/21 18:07
Cada texto exposto, ê uma reflexão para as esferas sociais,pois não não temos dimensão do quanto esse preconceito velado existe em todas as camadas sociais do nosso país.
21/09/21 23:54
Acredito que temos que rever a história do nosso descobrimento , para que possamos entender e recontar está história do modo mais verídico possível . Já que não foi descobrimento e sim uma invasão de terras brasileiras seguida de um genocídio dos povos indígenas .
28/09/21 15:06
O texto nos remete a necessidade de resgatar a história de cada povo e assim legitimar a sua cultura, ancestralidade e todo conhecimento territorial que é apagado. A ideia que o Brasil é um país harmônico em diversidade racial só contribuiu para naturalização das diferenças sociais e raciais.
29/09/21 09:31
Gostei muito do curso e o mesmo será de grande valia na aplicabilidade em sala de aula com os educandos. Sempre muito bom adquirir mais conhecimentos e se apropriar com fundamentação sobre os mesmos. Em meio as adversidades do ambiente escolar esse curso muito proporcionará superar os desafios que surgirão no decorrer do cotidiano escolar.
30/09/21 17:24
Muito necessário este curso o assunto estará sempre em pauta, as pessoas precisam de respeito ao próximo.
03/10/21 19:58
Curso muito importante para a inclusão social .
O racismo existe e não parte da criança e sim dos pais , adultos responsáveis , que precisam serem mais acolhedores e menos preconceito. A criança quer brincar , ela tem um lindo senso inclusivo e cheio de empatia . A inclusão se faz quando em sala de aula todos os alunos se respeitam e se ajudam. Porque somos todos diferentes e , é a nossa diferença que nos faz único e especial.
O racismo existe e não parte da criança e sim dos pais , adultos responsáveis , que precisam serem mais acolhedores e menos preconceito. A criança quer brincar , ela tem um lindo senso inclusivo e cheio de empatia . A inclusão se faz quando em sala de aula todos os alunos se respeitam e se ajudam. Porque somos todos diferentes e , é a nossa diferença que nos faz único e especial.
05/10/21 08:39
Muito importante essa iniciativa do Projeto Escolas Conectadas. O mito da Democracia Racial persiste na nossa sociedade, mesmo que os dados do IBGE mostrem o contrário. É um mito, pois é uma falácia, algo irreal que preconizar que não existe racismo no Brasil e que há uma suposta igualdade de oportunidades para todos independente da questão racial. É na formação continuada dos professores que, acredito, podemos superar esse mito e nos assumirmos como o país que somos, ou seja, um país racista e, a partir dessa constatação, desconstruir essa realidade.
23/05/22 13:00
Trabalhar esse tema é de fundamental importância, pois mesmo o Brasil sendo um Pais onde o misticismo está tão presente a sociedade ainda não consegue praticar a inclusão de todas as diferenças com naturalidade, provocando assim cada vez mais frequente situações de desrespeito e agressões, é preciso trabalhar a empatia sem que seja uma obrigatoriedade social
04/06/22 10:22
Trabalhar este tema será de suma importância, a sociedade ainda não está inserida besta inclusão, a maneira como seria de modo vivências ainda vamos trabalhar e cada um fazer o seu papel como agente transformador e praticante dento do assunto debatido, visto e que haja compreensão de cada ser humano como ser social.
10/09/21 16:47