Antirracismo na prática: professora prioriza a representatividade dos alunos
Ana Paula Silva, do Rio Grande do Norte, diz que a falta de aceitação dos estudantes causa afastamento da escola e que o diálogo é a chave para a mudança. Conheça a experiência da educadora!
O assunto não é novo: há pelo menos 20 anos, existem iniciativas para promover o antirracismo em sala de aula. Exemplo disso é a Lei nº 10.639, de 2003, que estabelece a temática de História e Cultura Afro-Brasileira como parte do currículo oficial das redes de ensino. Mesmo assim, professores ainda precisam se aproximar de conceitos, como o de “ambiência racial”, e trazer essa discussão para a prática na escola.
Outra determinação que contribui para essa causa é a Lei nº 11.645, de 2008, que torna obrigatório o estudo da história e cultura indígena e afro-brasileira nos Ensinos Fundamental e Médio.
Reconhecer para avançar
O racismo é um problema antigo, não só nas escolas como na própria história do Brasil. Afinal, remonta ao período colonial e à escravidão, juntamente com o apagamento de culturas negras e indígenas. Mesmo após esse momento da história, representantes e descendentes desses povos seguiram marginalizados durante anos. Enquanto isso, a educação formal brasileira se desenvolveu em uma perspectiva eurocêntrica.
O que foram fatos no passado, hoje se tornam processos de exclusão contínuos. Não é à toa que estudantes negros têm menos acesso à educação. A pesquisa Educação não Presencial na Perspectiva dos Estudantes e suas Famílias, feita pela Plano CDE, com base nos dados de pesquisa Datafolha, revelou que, no início da pandemia de covid-19, enquanto alunos brancos tinham quase 80% de acesso a recursos on-line, a taxa de negros com o mesmo recurso era de 70%.
Nesse sentido, entende-se que a prática educacional é um dos caminhos para o combate ao racismo. A professora Ana Paula Silva acreditou nisso quando deu início ao curso Introdução à Educação Antirracista, aqui na plataforma Escolas Conectadas, com olhos voltados para a sua própria comunidade.
O interesse na formação veio quando ela percebeu a baixa autoestima dos seus alunos, a maioria afrodescendente, em relação a si mesmos. Ela reside na comunidade Mãe Luiza, em Natal (RN). Formada em Pedagogia, leciona tanto na Educação Infantil, no Centro de Educação Infantil Galdina, como em aulas independentes em casa.
“Eu nunca tinha ouvido falar em ambiência racial”, comenta a professora sobre um dos conceitos apresentados no curso. “É tudo tão padronizado, com intenção de ser neutro, que até as representações deixam de existir. Inclusive nos banheiros da escola, por exemplo, os bonequinhos que representam ‘menino’ ou ‘menina’ são brancos”, comenta Ana Paula sobre a percepção dessas questões na escola.
Metodologia dinâmica e prática
“O que me cativou foi a metodologia do curso. Os tópicos são sucintos, resumidos e ricos ao mesmo tempo. Sem contar que a diversidade de temas sociais é muito grande. É como se eu tivesse uma luz de como seguir”, pontua a professora sobre a formação que completou na plataforma.
Para a educadora, o diálogo e a forma de apresentar temas tão complexos e sensíveis é o que faz a diferença para a absorção do aprendizado pelos alunos. Ela começou a levar o antirracismo para a sala de aula a partir da apresentação da cultura africana e sua influência sobre a brasileira. Isso porque a a maioria dos alunos reconhecia seus descendentes apenas pelo viés da escravidão.
Ana Paula busca naturalizar o contato com as diversidades raciais e culturais na relação com todos os estudantes, principalmente os mais novos. A ideia é que, já no início da formação básica, as crianças possam se ver representadas e saibam como conviver com as diferenças.
Aprender para ensinar
Saber mais sobre o racismo é um dos passos importantes para que o combate a ele se torne efetivo. Por isso, a importância da capacitação de educadores nesse tema. O curso Introdução à Educação Antirracista, disponível na plataforma Escolas Conectadas, tem como objetivo oferecer uma introdução aos principais conceitos relacionados ao assunto.
Ao realizar a formação, você navegará por eixos e planos de aula feitos por docentes da Educação Básica, de forma que poderá transformá-los em atividades práticas em sala de aula. Além de colaborar para a implementação de uma educação antirracista, será possível avaliar sua efetiva aplicação. Também irá colaborar para a naturalização da diversidade entre os alunos.
O curso tem carga horária de 16 horas e é autoformativo (sem mediação). Se organize para dar início e completar as etapas da formação de acordo com sua rotina. Saiba mais e inscreva-se! As vagas são limitadas.
Comentários - 19
22/05/23 18:52
22/05/23 20:18
22/05/23 20:19
22/05/23 20:49
22/05/23 21:23
22/05/23 21:23
22/05/23 21:30
23/05/23 16:01
Pode ser um tópico complexo e emocional, mas é uma discussão essencial para construir comunidades mais justas e igualitárias. É importante que os alunos aprendam sobre o tema e sejam incentivados a tomar medidas concretas para combater a discriminação.
26/05/23 00:41
26/05/23 00:43
28/05/23 05:00
05/06/23 17:05
07/06/23 07:49
Diversos âmbitos, nas escolas, nas ruas e até mesmo nos presídios, precisamos de um olhar mais atento com mais carinho.
08/06/23 13:46
11/07/23 16:01
11/07/23 16:01
11/07/23 16:01
13/08/23 19:11
22/05/23 18:07