Educação antirracista como forma de superar preconceitos, contribuindo para a valorização da cultura e da identidade afro-brasileira.
O Brasil constituiu, ao longo dos anos, uma autoimagem de país tolerante e harmônico, em que a miscigenação e a integração racial teriam se verificado de forma equânime e inequívoca. Segundo essa autoimagem, se algum dia se verificou qualquer traço de desigualdade na sociedade brasileira, essa seria estritamente social e econômica e não estaria relacionada a fatores raciais. Ainda que uma tal constatação de isonomia contasse com dados da realidade, seria necessário indicar a existência e a execução de políticas de justiça social e de reparação histórica.
Infelizmente, até que isso de fato se verifique, resta um longo caminho a ser percorrido a fim de se organizar uma sociedade verdadeiramente multirracial e antirracista. Apesar disso, é preciso destacar que um primeiro passo de conscientização e de mudança de mentalidade está ao alcance da escola, das educadoras, dos educadores e dos educandos na formação “Escola para todos: promovendo uma educação antirracista”, que o Projeto Escolas Conectadas (EC) oferece em seu catálogo de cursos, e, também, no e-book sobre a mesma temática que será lançado este mês. O projeto EC acredita e preconiza que a escola e os profissionais da educação têm papel fundamental na desconstrução de preconceitos e do racismo em nossa sociedade.
Adicionalmente, nesse curso, parte-se do pressuposto metodológico basilar de que o ambiente escolar apresenta-se como uma ambiência racial para a construção de identidades raciais, com base na promoção da diversidade, da representatividade, do pertencimento e da valorização cultural e estética dos sujeitos na busca pela correção das desigualdades educacionais e sociais no país. A fim de garantir a implementação da Lei 10.639 de 2003, que trata da educação e das relações étnico-raciais e da obrigatoriedade do ensino da História e da Cultura Afro-Brasileira e Africana, o curso pretende aproximar as professoras e os professores de novas abordagens que aproveitem o espaço escolar como um ambiente de representatividade, em que é possível lançar mão de práticas transformadoras e antirracistas que priorizam o respeito às diferenças e o combate à discriminação. Assim, por meio dos conteúdos ministrados no curso e da elaboração de planos de aula, as professoras e os professores da Educação Infantil, do Ensino Fundamental e do Ensino Médio são estimulados a elaborar, propor e incorporar aquelas práticas de acordo com suas realidades de ensino e aprendizagem.
Veja um exemplo de excerto de plano de aula, produzido pela profa. Norma Rodrigues, o qual compôs o e-book:
“Com base na realidade local dos alunos e na grande necessidade de discutir as origens da sociedade amapaense, optei por ensinar a história do Amapá e, para esta aula, o tema escolhido foi a Festa de São Tiago, no município de Mazagão, pois a comunidade de Mazagão Velho é negra e conhecer suas origens e tradições é muito importante para a construção de uma educação antirracista na minha escola.”
Norma Alini dos Santos Rodrigues, professora, cursista do “Escola para todos: promovendo uma educação antirracista”, do Projeto Escolas Conectadas.
Todos esses conteúdos e debates serão abordados no próximo encontro da série Conversas que Aproximam 2021, que ocorrerá no dia 20 de setembro às 18h e contará com a participação da renomada escritora, ficcionista e ensaísta Conceição Evaristo. Também estarão presentes as professoras doutoras Carolina Chagas Schneider e Fernanda Chagas Schneider, autoras do curso “Escola para todos: promovendo uma educação antirracista” e da publicação homônima, que inclui planos de aula comentados. O evento será mediado por Lia Glaz, gerente da área de educação da Fundação Telefônica Vivo.
Comentários - 15
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O racismo existe e não parte da criança e sim dos pais , adultos responsáveis , que precisam serem mais acolhedores e menos preconceito. A criança quer brincar , ela tem um lindo senso inclusivo e cheio de empatia . A inclusão se faz quando em sala de aula todos os alunos se respeitam e se ajudam. Porque somos todos diferentes e , é a nossa diferença que nos faz único e especial.
05/10/21 08:39
23/05/22 13:00
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