
Professoras utilizam tecnologia como aliada da inclusão nas escolas
Curso gratuito “Introdução à Educação Inclusiva: Caminhos para a Equidade” está com inscrições abertas
De quais formas as ferramentas digitais podem apoiar o processo de ensino e aprendizagem de estudantes surdos, cegos, com baixa visão, com deficiência física ou intelectual e Transtorno do Espectro Autista?
Buscando respostas a essa importante pergunta, a professora Rosa Helena da Silva, do Centro de Atendimento e Apoio ao Desenvolvimento Educacional (CAADE), vinculado à Rede Municipal de Educação de Atibaia (SP), não titubeou ao se inscrever no curso “Introdução à Educação Inclusiva: Caminhos para a Equidade”, oferecido gratuitamente pela plataforma Escolas Conectadas
Com atuação que vai Educação Infantil ao Ensino Médio, Rosa acompanha alunos com necessidades educacionais específicas e orienta escolas e famílias, propiciando formação continuada aos educadores da Rede. Para ela, inclusive, a relação dos adultos com o tema é mais delicada se comparada à de crianças e jovens. “Ao estudar com colegas com deficiências, os estudantes lidam diariamente com situações de convivência e respeito. Notamos que os alunos não apresentam preconceito, mas que ele é aprendido ou repassado por adultos, que infelizmente não tiveram essa vivência espontânea e precisam passar por formações para se tornarem menos capacitistas e mais inclusivos, uma realidade que dificulta todo o processo da educação inclusiva”, analisa.
Tecnologia para a acessibilidade
Rosa destaca um dos principais aprendizados que obteve ao realizar o curso da plataforma Escolas Conectadas: a utilização de recursos tecnológicos como estratégia de acessibilidade pedagógica. Segundo ela, as ferramentas digitais favorecem a educação inclusiva de forma ampla, oferecendo oportunidades de aprendizagem personalizadas e atendendo a toda a diversidade de pessoas de forma mais adequada.
Nesse sentido, os educadores de Atibaia têm recorrido a ferramentas como audiolivros, leitores de tela e aplicativos que ampliam letras e imagens, voltado para alunos com cegueira e baixa visão; livros acessíveis em Libras para estudantes surdos; e adaptadores para lápis, tesoura e colméia no teclado (acessório que auxilia usuários que possuem pouca coordenação motora/mobilidade reduzida nos membros superiores), que favorecem o registro escrito de alunos com paralisia cerebral. Além disso, propostas pedagógicas mais atrativas e de acordo com a necessidade dos alunos com deficiência também estão no rol de possibilidades para a educação inclusiva.
Inclusão começa na escola
O mês de abril reúne datas simbólicas para a agenda da inclusão, como o Dia Mundial da Conscientização do Autismo (02/04) e o Dia Nacional da Educação de Surdos (23/04). Dados do Censo Escolar 2023 mostram um salto no número de matrículas na educação especial: 1,8 milhão, representando 3,7% das matrículas da educação básica. Em 2009, essa proporção era bem menor: apenas 1,2%, totalizando aproximadamente 640 mil matrículas.
Ainda em 2009, cerca de 60% dos estudantes da educação especial estavam em classes comuns. Em 2023, esse número alcançou 91,3%. Tal aumento representa um avanço significativo rumo à inclusão escolar. Contudo, existem ainda 154 mil crianças e jovens segregados – seja em classes especiais ou em escolas especializadas.
Essas informações apenas corroboram a necessidade de capacitar educadores para lidar com uma sala de aula cada vez mais plural e diversa. Professora formadora da Diretoria Regional de Ensino (DRE) de Pontes e Lacerda (MT), Andrea Leinat atua justamente nesse campo. “O apoio envolve a identificação de dificuldades específicas dos alunos, a adaptação de metodologias de ensino e a criação de estratégias personalizadas que favoreçam o desenvolvimento de competências. Além disso, oferece suporte para lidar com a diversidade de perfis, promovendo um ambiente colaborativo que estimule a participação ativa e o engajamento dos estudantes no processo educativo”, afirma.
Formação com impactos direto na aprendizagem
Andrea também realizou o curso da plataforma Escolas Conectadas e relata avanços concretos no desempenho dos estudantes. Segundo ela, a personalização das estratégias educativas, resultou em maior compreensão dos conteúdos e no aumento da proficiência em leitura, escrita e raciocínio lógico.
“Alunos com dificuldades específicas demonstraram evolução em suas competências, especialmente por meio de atividades práticas e colaborativas”, observa.
Ela considera que o curso foi um pilar essencial para a sua própria prática como formadora, ao oferecer base teórica sólida e ferramentas práticas para lidar com os desafios da educação contemporânea. “Ele ampliou minha visão sobre metodologias inovadoras e o uso de recursos tecnológicos no processo de ensino e aprendizagem, alinhados à BNCC e às necessidades dos estudantes”, argumenta.
“A formação transformou minha forma de ensinar, tornando-a mais dinâmica, centrada nos estudantes e conectada às realidades tecnológicas. Isso resultou em uma prática mais eficiente e em maior engajamento dos alunos, consolidando uma abordagem educativa alinhada aos desafios e oportunidades do século 21”, finaliza Andrea.
Curso de Educação Inclusiva
Gratuito e 100% on-line, o curso “Introdução à Educação Inclusiva: Caminhos para a Equidade” apresenta conceitos da educação inclusiva e apoia professores a pensar em estratégias e práticas para tornar o ambiente escolar mais acessível para todos os estudantes. Com inscrições abertas até 28/04, a formação possui carga horária de 10h e dá direito a certificado reconhecido pelo MEC - Ministério da Educação.
Este conteúdo integra a seção Conectando Práticas!
Assim como outros educadores que concluíram os cursos da plataforma Escolas Conectadas, Rosa Helena e Andrea compartilharam conosco de quais maneiras a formação impactou positivamente as suas práticas pedagógicas.
Quer ter sua experiência divulgada? Faça como elas e preencha o formulário ao concluir o curso!
11/05/25 19:06