
Descubra como a tecnologia pode impulsionar a educação antirracista
Novos cursos mostram como a tecnologia pode ser uma aliada para tornar o ensino mais inclusivo, reflexivo e antirracista
Educador(a), imagine a seguinte atividade pedagógica: você pede para a sua turma pesquisar sobre a vida e obra de personalidades negras brasileiras. Porém, ao invés de apenas ler um capítulo do livro didático, os(as) estudantes criam podcasts para contar histórias de Dandara, Milton Santos ou Elza Soares – entre muitos outros.
Uma atividade como essa permite que cada grupo utilize recursos digitais para pesquisar, editar e compartilhar seus episódios, que depois ainda podem virar inspiração para outras turmas da escola. No processo, a turma aprende não apenas sobre a riqueza da cultura afro-brasileira, mas também sobre colaboração, pensamento crítico e responsabilidade social – e como o uso de ferramentas digitais pode ajudar nesse processo.
Assim como esse exemplo de atividade pedagógica, duas novas formações da plataforma Escolas Conectadas pretendem mostrar como a tecnologia é uma aliada para tornar o ensino mais inclusivo, reflexivo e antirracista. São elas: Educação Antirracista Mediada por Tecnologias: Conceito e Fundamentos e Tecnologias como Aliada da Educação Antirracista: Práticas e Perspectivas. Ambos os cursos são totalmente gratuitos e on-line, com carga horária de 20h e certificação reconhecida pelo MEC.
Inovação digital e compromisso social
Responsável pela concepção e estruturação dos cursos, a doutora em educação e consultora pedagógica Clarissa Lima afirma que as formações nascem “da urgência de enfrentarmos as desigualdades raciais no contexto escolar”. E complementa: “mas também na aposta de que a tecnologia digital, quando usada com intencionalidade e consciência crítica, pode ser uma poderosa aliada na construção de uma educação antirracista.”
Clarissa, que foi professora durante duas décadas, ressalta que, ao longo de sua trajetória, trabalhou na construção de práticas pedagógicas que valorizam a diversidade, promovem a equidade racial e integram o uso crítico das tecnologias na escola.
Segundo ela, o curso tem a intenção de “oferecer ferramentas, reflexões e práticas que unem a inovação digital e o compromisso social, fortalecendo o protagonismo estudantil e ampliando a representatividade nos espaços educativos”.
As formações abordam temas diversos e complementares, como os fundamentos da educação antirracista, a inclusão digital e o acesso equitativo às tecnologias digitais. Os cursos também apoiam na identificação de vieses em algoritmos e plataformas digitais e no uso de metodologias ativas mediadas por tecnologia digital, além de estimular a criação de conteúdos digitais que valorizam as narrativas negras e indígenas e a construção de projetos que integrem tecnologia digital e justiça racial.
“Tudo isso dialogando diretamente com a Base Nacional Comum Curricular, a BNCC Computação e as Leis 10.639 [que tornou obrigatório o ensino de história e cultura afro-brasileira] e 11.645 [que incluiu a temática indígena no currículo], além dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030”, ressalta Clarissa.
4 formas com que a tecnologia impulsiona a educação antirracista
1) Dar voz a múltiplas narrativas
Use vídeos, podcasts e blogs para valorizar produções culturais e intelectuais de pessoas negras e indígenas.
2) Promover o protagonismo estudantil
Estimular que os(as) estudantes criem conteúdos digitais sobre identidade, história e combate ao racismo.
3) Ampliar repertórios culturais
Explore plataformas digitais para acessar livros, filmes, músicas e exposições virtuais que abordam a diversidade étnico-racial.
4) Diversificar recursos pedagógicos
Utilize ferramentas digitais (infográficos, mapas interativos, quizzes) para ensinar história e cultura afro-brasileira de forma mais envolvente.
Além destas, as formações apresentam os diversos impactos que a tecnologia pode ter para potencializar o ensino antirracista. Não deixe essa oportunidade para depois! “Suas experiências, propostas e reflexões serão fundamentais para fortalecer essa rede de educadores que acreditam no potencial da educação para mudar histórias”, finaliza Clarissa.
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