Professor incentiva pesquisa estatística e engaja turma em aula de Matemática

Professor incentiva pesquisa estatística e engaja turma em aula de Matemática

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20/03/2025

Educador mato-grossense criou projeto após realizar o curso “Metodologias ativas: aprendizes protagonistas”, disponível gratuitamente na plataforma Escolas Conectadas

Quais são os principais hábitos de saúde e as preferências culturais dos estudantes da sua escola? De que forma essas informações podem ser utilizadas para tornar as aulas de Matemática mais atrativas para os alunos?

Foi pensando nisso que o educador Marcelo Moraes, da Escola Estadual André Antônio Maggi, localizada em Sapezal (MT), elaborou a iniciativa “Pesquisa na Escola: Desenvolvendo competências em Análise de Dados Estatísticos de Variáveis Qualitativas e Quantitativas”.

Realizado no terceiro ano do Ensino Médio, o projeto buscou desmistificar a noção de que o ensino de Matemática passa longe da realidade vivenciada pelos jovens. “Quis proporcionar aos alunos a vivência de pesquisa na prática, envolvendo coleta, organização e análise de dados”, afirma Marcelo.

Matemática da vida real

De início, os estudantes foram divididos em grupos de seis. Então, cada grupo escolheu temas com variáveis qualitativas e quantitativas para investigar, elaborando um questionário com perguntas abertas e fechadas. Entre os temas pesquisados estavam as preferências culturais, os hábitos de saúde e a cor da pele dos estudantes, entre outros.

Após a tabulação dos dados, foram produzidos gráficos e tabelas para representar os resultados de maneira atrativa e acessível. “Para que ela se torne mais significativa, a Matemática deve ser conectada ao cotidiano dos alunos”, aponta o educador. “Isso está alinhado ao que busquei aplicar quanto aos conceitos estatísticos em situações reais, como a investigação de dados na comunidade escolar.”

Por fim, o professor ajudou a turma a identificar os padrões e tendências presentes nos dados, incentivando uma discussão sobre o que haviam encontrado e, inclusive, comunicando os resultados para o restante da escola. A intenção desde o início era desenvolver nos jovens o pensamento crítico e analítico, alinhando a sua prática à BNCC.

Matemática e cidadania

O professor acredita que essa prática ajudou os estudantes a desenvolverem a competência matemática de forma mais ativa, lúdica e contextualizada. “A dificuldade na aprendizagem da Matemática muitas vezes está na abstração dos conceitos”, observa. Para ele, o maior desafio foi tornar os dados e as análises estatísticas mais acessíveis, utilizando recursos concretos e próximos da realidade dos alunos.

O educador citou ainda importância da estatística para a formação de cidadãos mais críticos e preparados para lidar com a avalanche de dados na sociedade contemporânea. “Percebi que, após o projeto, os estudantes se tornaram mais autônomos e críticos, compreendendo a importância dos dados em suas vidas cotidianas. O que mostra que a educação matemática precisa promover uma transformação cultural, ajudando os estudantes a se desenvolverem não só academicamente, mas também como cidadãos.”

Letramento estatístico

Marcelo revela um dos elementos que o ajudaram a elaborar o projeto de pesquisa com os estudantes: o curso “Metodologias Ativas: aprendizes protagonistas”, disponível gratuitamente na plataforma Escolas Conectadas. “As metodologias ativas são um caminho para envolver os alunos no processo de construção do conhecimento. A formação foi essencial para que eu adotasse uma abordagem mais dinâmica e protagonizada pelos estudantes, incentivando a aprendizagem ativa e a pesquisa.”

Em sua visão, para que um estudante seja protagonista de seu processo de aprendizagem no ensino de estatística, ele deve desenvolver habilidades para interpretar dados do mundo real, promovendo dessa forma o letramento estatístico.

“O ensino de estatística aliado a metodologias ativas diminui a resistência dos alunos à matemática e melhora a capacidade de tomar decisões baseadas em dados”, decreta. “Enfim, o projeto criou um ambiente de aprendizagem colaborativo e investigativo, aumentando o engajamento e a motivação dos estudantes. Eles deixaram de ser apenas receptores de informação e passaram a ser pesquisadores, trabalhando com dados que fazem sentido para suas realidades.”

“Metodologias ativas: aprendizes protagonistas”

Totalmente gratuita e on-line, a formação apresenta o que são metodologias ativas e mostra as estratégias e caminhos para sua aplicação na educação básica, além de recursos pedagógicos que podem potencializar o trabalho dos educadores e incentivar o protagonismo dos estudantes.

Gostou da história de Marcelo? Então faça como ele e inscreva-se agora mesmo no curso. Mas fique atento, pois as inscrições estão abertas somente até o dia 28/04.