
Formando indivíduos: a educação socioemocional como alicerce para um futuro brilhante
30/04/2022
Ser educador é trabalhar para o futuro. Longe de passarmos pelo clichê de dizer que as crianças são o futuro da humanidade, sabemos que a maneira como preparamos um pequeno indivíduo em formação no presente vai afetar diretamente o seu papel na sociedade mais adiante.
Hoje, observamos os efeitos da educação essencialmente voltada para a transmissão passiva de conhecimentos que era o padrão de décadas atrás: adultos inflamados, altamente competitivos, com dificuldade de se colocar no lugar do outro e de entender seu papel dentro da comunidade. Para o psicanalista Augusto Cury, “estamos coletivamente vivenciando a era da falência emocional e do esgotamento cerebral”. Mas as coisas podem mudar.
Desenvolvida nos Estados Unidos no início da década de 1990, a educação socioemocional passou a se difundir cada vez mais e, atualmente, integra as diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). “Nos últimos anos, a educação socioemocional ganhou força, especialmente a ideia de que suas habilidades precisavam ser ensinadas propositadamente e que os alunos precisavam de oportunidades para praticar essas habilidades”, diz Pamela Bruening, especialista estadunidense, em entrevista à Revista Educação.
Pilares e habilidades voltados para o protagonismo do estudante
São quatro pilares que alicerçam a educação integral: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser (para saber mais sobre cada um deles, você pode consultar o relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI - Educação: um tesouro a descobrir). Cada um desses pilares foca nas competências do Eu. O estudante é colocado como protagonista da própria vida e das suas ações dentro da comunidade escolar e fora dela. Isso não significa individualismo: é que a partir de si que ele desenvolve as noções essenciais para também reconhecer o outro.
Para Cury, em seu livro Inteligência socioemocional, é o Eu a dimensão que tem capacidade de compreender as situações, questionar, criticar, tomar atitudes, reconhecer equívocos e maneiras de melhorar e de gerenciar as próprias emoções diante das situações impostas pelo cotidiano. E é a partir desse Eu que as habilidades socioemocionais propostas na matriz do CASEL (Collaborative for Academic, Social and Emotional Learning), um dos principais centros mundiais de pesquisa sobre Aprendizagem Socioemocional, foram desenvolvidas. Divididas em cinco pontos principais, temos:
- A autoconsciência: desenvolver no estudante o autoconhecimento, de maneira que ele compreenda seus próprios limites e habilidades e seja capaz de olhar para si mesmo de maneira crítica;
- A autorregulação: a partir de uma autoconsciência cada vez mais complexa, compreender os próprios sentimentos e ser capaz de gerenciá-los diante de momentos de crise ou de interação com o outro;
- As habilidades de relacionamento: se conhecendo e entendendo como seus mecanismos emocionais funcionam, o estudante consegue compreender também o outro, desenvolver empatia, gerenciar conflitos com maturidade e cooperar com o grupo, sabendo se comunicar de maneira clara e responsável;
- A capacidade de tomar decisões: de trabalhar individual e coletivamente de maneira criativa, buscando soluções para os problemas que se apresentam e tomando atitudes construtivas;
- A consciência social: o entendimento de que o indivíduo faz parte de uma coletividade formada por outros indivíduos que também possuem complexidade de pensamentos e sentimentos e que suas atitudes causam impactos tanto no grupo como no ambiente, e que a busca por impactos positivos é mais produtiva.
- A autorregulação: a partir de uma autoconsciência cada vez mais complexa, compreender os próprios sentimentos e ser capaz de gerenciá-los diante de momentos de crise ou de interação com o outro;
- As habilidades de relacionamento: se conhecendo e entendendo como seus mecanismos emocionais funcionam, o estudante consegue compreender também o outro, desenvolver empatia, gerenciar conflitos com maturidade e cooperar com o grupo, sabendo se comunicar de maneira clara e responsável;
- A capacidade de tomar decisões: de trabalhar individual e coletivamente de maneira criativa, buscando soluções para os problemas que se apresentam e tomando atitudes construtivas;
- A consciência social: o entendimento de que o indivíduo faz parte de uma coletividade formada por outros indivíduos que também possuem complexidade de pensamentos e sentimentos e que suas atitudes causam impactos tanto no grupo como no ambiente, e que a busca por impactos positivos é mais produtiva.
Por que adaptar o currículo para uma educação socioemocional integrada
Segundo Pamela Bruening em entrevista para a revista Mundo Escolar, “pesquisas em todo o mundo apontam que o melhor aprendizado ocorre em ambientes seguros e saudáveis, ou seja, o aprendizado ocorre em um contexto social. De certo modo, é difícil separar aspectos sociais e emocionais de processos de aprendizagem acadêmica.” Por esse motivo, a educação socioemocional precisa ir além da implementação de projetos isolados.
Ao mesmo tempo, os projetos pontuais têm um papel importante na implementação de mudanças comportamentais dentro da comunidade escolar. No entanto, eles devem ser entendidos como uma porta de entrada.
No momento em que o currículo escolar é pensado a partir da perspectiva da educação socioemocional, se oferecem oportunidades constantes para os alunos desenvolverem suas habilidades emocionais e sociais em todas as disciplinas, o que aprimora, também, a consolidação de conceitos e conteúdos.
Assim que o estudante compreende que está num espaço seguro de aprendizagem, e que as disciplinas são ferramentas para que ele se insira no mundo de maneira empática e competente, a relação com a escola se torna outra. Um estudo realizado pelo Nobel de Economia James Heckman concluiu que em crianças que tiveram habilidades sociais e emocionais trabalhadas na primeira infância, é 44% maior a chance de formação continuada e 35% menor a chance de encarceramento (para mais pesquisas a respeito, acesse https://heckmanequation.org/).
O curso Práticas reflexivas de Educação socioemocional
Em consonância com as demandas da educação contemporânea, a plataforma Escolas Conectadas está lançando um novo curso voltado para a educação social e emocional. Nele, serão trabalhadas ferramentas para que o professor e a professora possam mobilizar dentro da sala de aula, e no currículo como um todo, práticas de aprimoramento das habilidades socioemocionais dos estudantes.
Além disso, o curso vai apresentar maneiras de identificar no cotidiano as oportunidades de trabalho dessas competências, de forma a instrumentalizar o educador e a educadora para a implementação de atividades, bem como a avaliação do desenvolvimento emocional e social dos estudantes.
Com início no dia 9 de maio, o curso gratuito já está com as inscrições abertas. Conheça e faça sua inscrição agora mesmo.
ESSE CONTEÚDO FOI INSPIRADOR?
Comentários - 11
28/10/22 18:27
O professor é um elo importantíssimo dentro da sala de aula, ele vai ser o termômetro de como a aula deve prosseguir dentro do conteúdo que foi abordado pelo professor e grupo, para que ele dê sequência nos pilares de ensino abrangidos no texto acima:
A autoconsciência: desenvolver no estudante o autoconhecimento, de maneira que ele compreenda seus próprios limites e habilidades e seja capaz de olhar para si mesmo de maneira crítica;
- A autorregulação: a partir de uma autoconsciência cada vez mais complexa, compreender os próprios sentimentos e ser capaz de gerenciá-los diante de momentos de crise ou de interação com o outro;
- As habilidades de relacionamento: se conhecendo e entendendo como seus mecanismos emocionais funcionam, o estudante consegue compreender também o outro, desenvolver empatia, gerenciar conflitos com maturidade e cooperar com o grupo, sabendo se comunicar de maneira clara e responsável;
- A capacidade de tomar decisões: de trabalhar individual e coletivamente de maneira criativa, buscando soluções para os problemas que se apresentam e tomando atitudes construtivas;
- A consciência social: o entendimento de que o indivíduo faz parte de uma coletividade formada por outros indivíduos que também possuem complexidade de pensamentos e sentimentos e que suas atitudes causam impactos tanto no grupo como no ambiente, e que a busca por impactos positivos é mais produtiva.
A autoconsciência: desenvolver no estudante o autoconhecimento, de maneira que ele compreenda seus próprios limites e habilidades e seja capaz de olhar para si mesmo de maneira crítica;
- A autorregulação: a partir de uma autoconsciência cada vez mais complexa, compreender os próprios sentimentos e ser capaz de gerenciá-los diante de momentos de crise ou de interação com o outro;
- As habilidades de relacionamento: se conhecendo e entendendo como seus mecanismos emocionais funcionam, o estudante consegue compreender também o outro, desenvolver empatia, gerenciar conflitos com maturidade e cooperar com o grupo, sabendo se comunicar de maneira clara e responsável;
- A capacidade de tomar decisões: de trabalhar individual e coletivamente de maneira criativa, buscando soluções para os problemas que se apresentam e tomando atitudes construtivas;
- A consciência social: o entendimento de que o indivíduo faz parte de uma coletividade formada por outros indivíduos que também possuem complexidade de pensamentos e sentimentos e que suas atitudes causam impactos tanto no grupo como no ambiente, e que a busca por impactos positivos é mais produtiva.
02/11/22 05:45
Obrigada pelo artigo maravilhoso.
06/11/22 17:03
maravilhoso esse curso.
13/11/22 16:14
Ótima explanação, sabemos que o professor é um elo essencial entre o conhecimento e o educando.
19/11/22 06:05
Conteúdo bastante inspirador, demonstra a importância de contribuir para a formação de cidadãos capazes de atuar socialmente, de forma crítica e atuante.
23/11/22 21:56
Excepcional conteúdo que deve ser objetivo principal no conteúdo e nas metodologias dos educadores para com os alunos que estão em uma sociedade com seus múltiplos valores e culturas socio emocionalmente abalados nos últimos anos com muitos problemas pós pandemia, ainda traumatizados com as vítimas que o período causou nas famílias. Teremos muitos anos com consequências negativas para recuperar o mínimo possível que seja para melhorar a vida dos cidadãos da geração vitimizadas. Com muita força e garra é dever nosso de batalhar na causa da aprendizagem e contribuir para o futuro dessa geração.
11/02/23 20:48
Este curso e suas informação nos leva a refletir sobre nossas práticas e como precisamos transformar a escola para esse novo ambiente acolhedor de todos, onde as aprendizagens sejam desenvolvidas e principalmente esse novo olhar da educação socioemocional.
20/02/23 21:33
A Educação socioemocional se torna um alicerce, uma ponte para o futuro, pois trabalha com o desenvolvimento do aluno, com a capacidade dele refletir, reconhecer e descrever as próprias emoções, relacionar-se bem com os outros, e exercitar a empatia. É uma ferramenta de grande importância para a convivência escolar e para a vida em sociedade da criança.
26/02/23 16:56
É um curso muito importante , pois nos mostra e nos prepara para lidar com jovens que vivem com o emocional abalado em vários sentido, ajuda a entender e tentar ajuda los.
21/03/23 15:32
O conteúdo é por demais inspirador e remete a uma reflexão que todo educador deve fazer no contexto de uma educação comprometida com os desafios do séc. XXI, não se admite mais conceber uma educação pautada apenas no cognitivo, no aprender a conhecer e fazer, devemos fomentar nos estudantes o aprender a ser e a conviver, ou seja, considerar a educação socioemocional imprescindível na formação do cidadão crítico e consciente!
28/10/22 16:47