Metodologias ativas para despertar motivação e engajamento estudantil
Ninguém precisa ser informado de que os jovens são fascinados por tecnologia: todos o sabemos, pois nós mesmos também já fomos crianças encantadas com a televisão ou com o rádio ou um simples caleidoscópio. Conforme as tecnologias de mídia se desenvolvem, se democratizam e passam a caber no bolso da calça, nada mais natural que o poder de fascínio delas se torne quase hipnotizante. Muitos professores já se viram diante do desafio de disputar a atenção de seus alunos com o celular. E, às vezes, vale aquele velho ditado: se você não pode vencer seus inimigos, junte-se a eles.
Segundo a pesquisadora Tânia Maria Rodrigues da Rosa, o ensino “quadro e caderno” está cada vez mais obsoleto: "Mesmo diante de todas as novas possibilidades de inserção de recursos diferenciados em processos educacionais, professores e alunos ainda não falam a mesma linguagem. A escola torna-se muitas vezes um fardo para crianças e jovens”. Sobretudo com o crescimento do ensino híbrido – inaugurado em muitas instituições a partir da pandemia, mas dando mostras de que veio para ficar –, os educadores precisam encontrar modos produtivos de inserir a tecnologia na rotina de ensino, transformando a linguagem digital numa aliada, e não numa ameaça.
Na plataforma Escolas Conectadas, oferecemos diversas experiências no campo de ensino híbrido e metodologias ativas, instrumentalizando professores e gestores para os novos tempos. Veja aqui como o ensino híbrido se beneficia do uso da tecnologia e como um processo de constante avaliação contribui não apenas com a qualidade do ensino, mas também com a qualidade de vida dos educadores e educandos.
De uma atitude passiva para uma postura ativa
Uma das estratégias mais envolventes e promissoras para trazer a tecnologia ao centro da sala de aula de modo crítico e criativo é propor aos alunos que deixem a posição passiva de usuários e se transformem em autores. No curso “O pulo do gato: criando jogos e animações com Scratch”, professores aprendem princípios básicos de programação e tornam-se capazes de ensinar os alunos a criarem seus próprios objetos digitais.
Os estudantes ganham a chance de inventar jogos e desenvolver animações. Conforme conta a professora Alessandra Zanoncello, “esse curso é maravilhoso, pois ensina detalhadamente como programar no Scratch e utilizar os blocos corretamente”. Ela complementa: “Fiquei impressionada com a riqueza de informações e a forma prática de explicar”.
O Scratch é uma das linguagens de programação por blocos mais populares do mundo, e sua utilização permite uma abordagem “mão na massa” dos problemas apresentados, estimulando o pensamento lógico e analítico dos alunos, que precisam ainda colaborar com colegas e colocar em prática táticas de investigação e experimentação.
Num ambiente de interdisciplinaridade, os estudantes são convocados a criarem jogos com impacto social, podendo buscar inspiração em outros jogos e até mesmo questionando os limites da autoria ao brincarem com remixes. “De forma dinâmica e interativa, o curso traz o melhor em termos de metodologias no processo ensino-aprendizagem. Se torna fácil e prazerosa a execução de tudo, alcançando os objetivos”, resumiu a professora Regiane Fátima Cogo Tobaldini após finalizar o curso.
Linguagem digital como ponte de aproximação
A utilização do Scratch pode ser um excelente ponto de partida para adentrar o universo da gamificação da educação. Criado a partir da palavra inglesa games, que pode incluir os videogames, mas também outros tipos de jogos, o conceito de gamificação define um tipo de prática de ensino que busca criar uma relação mais próxima com os alunos nativos digitais. Em resumo, a gamificação é o uso de elementos de jogo e técnicas de design de jogos em outros contextos.
Krystoff Horst detalha o conceito ao dizer que os professores contam com “o uso de metáforas do jogo, elementos e ideias para influenciar o comportamento, melhorar a motivação e aumentar a participação" dos estudantes. Sem dúvida, todo professor já encontrou em sua carreira turmas desatentas e desinteressadas, e a gamificação pode ser um modo de resgatar o público jovem para a escola.
Jogo em prol da conservação ambiental
Se você ainda está inseguro para inserir jogos ou propor a gamificação na sua sala de aula, a plataforma Escolas Conectadas conta com outra opção para conhecer os benefícios dos jogos e ainda promover a conscientização ambiental. O curso "Jornada nos biomas: biodiversidade e conservação em forma de jogo" oferece uma unidade introdutória aos jogos digitais, explorando seu potencial e esmiuçando as suas estruturas básicas.
A professora Alzinete da Silva Carvalho garante: "Eu gostei muito do curso, super recomendo... Espero que em um futuro muito próximo as aulas sejam assim atrativas". Pois o futuro está aqui, e neste curso se apresentam ferramentas de inovação já disponíveis para os professores.
A proposta é explorar maneiras de colocar em prática uma estratégia ativa de aprendizagem sobre biodiversidade, conservação e sustentabilidade dos biomas brasileiros. Nosso país possui a maior biodiversidade do planeta, e o jogo "Jornada Biomas Escolas", produzido especialmente para a formação, apresenta de maneira lúdica e interativa os aspectos gerais, a fauna e a flora nacionais. Trata-se de um curso “com tema contemporâneo sob os aspectos de sustentabilidade e TIC's [tecnologias de informação e comunicação] em favor da ressignificação do processo de aprendizagem observado na BNCC”, avalia o professor Alexandre Camargo. Vale lembrar que os temas da biodiversidade, da conservação e da sustentabilidade permeiam a Base Nacional Comum Curricular.
Avaliação e autoavaliação abrem caminho para melhorias
A avaliação é uma etapa central da metodologia ativa, pois permite adaptar o ensino conforme as respostas dos alunos. Porém, muitos estudantes temem as avaliações mais do que temeriam o apocalipse zumbi, sem perceber que essa etapa faz parte do processo de aprendizagem da mesma maneira que os erros e acertos no seu jogo preferido.
Cabe aos professores mostrar que saber avaliar-se pode ser uma poderosa ferramenta de autoconhecimento. A partir daí, o jovem terá maiores chances de identificar os desafios e as potencialidades de sua própria jornada discente e, contribuindo com o trabalho do professor, saberá apontar suas necessidades para seguir em frente.
Como disse a professora Lorena Aires Felipe, após realizar o curso “Avaliação: para que e como avaliar”, este é “um assunto totalmente necessário para a prática pedagógica”, e o curso “traz discussões de alto nível que abordam desde as questões técnicas até a parte prática e leituras que acrescentam e levam a um processo autorreflexivo sobre sua prática pedagógica. Amei e acredito que meus alunos também".
Hoje entende-se que a função do professor é ajudar os alunos a aprenderem a partir de estratégias que coloquem o estudante como protagonista do processo de construção de conhecimentos. Por isso, é necessário compreender como os estudantes pensam e avaliar constantemente as estratégias aplicadas a cada turma. O curso da plataforma Escolas Conectadas oferece subsídios para que o professor seja capaz de problematizar e transformar métodos avaliativos vigentes, adaptando os processos para as especificidades de seu trabalho. Como afirma a professora Honorina Peixoto dos Santos, "à medida que avaliamos o aluno, na verdade estamos avaliando a nossa prática e, a partir da reflexão sobre o resultado da avaliação, poderemos continuar ou buscar novas metodologias de ensino".
A inserção da tecnologia na sala de aula e a constante avaliação dos métodos pedagógicos são práticas que andam de mãos dadas. Assim como o jovem no videogame do apocalipse zumbi, o professor precisa avaliar as estratégias que deram certo e as que mostraram problemas, aprimorando ou revisitando suas ações.
Conheça e aproveite os recursos oferecidos na plataforma Escolas Conectadas para transformar a sala de aula e a experiência de ensino.
Comentários -